quarta-feira, setembro 21, 2005

Oito

Antes até ria e sorria
voltava-me e revoltava-me
numa entropia desmesurada
numa alegria bem inchada
numa correria pela verdade
numa loucura pela felicidade
que me alimentava
me tirava a barriga de misérias
até as tristezas mais galdérias
não lembraria ao diabo
tocarem nesta alma!
Mas sem dar conta mudei
pensei
para melhor, eu julguei
mas já não sei o que será pior
se aquilo que me tornei
se enclausura na masmorra
mas que real porra
não saber o que fazer,
não ter ninguem para mo dizer
indicar,revelar
um caminho
por mais curto que seja
ao menos um que se veja
uma luz bem no fundo
onde morem aqueles que admiro
e tu também,
pois não esqueço quem adoro
mas daqui de onde agora moro
quando te vejo suspiro
porque antes eras a luz
e não havia caminho
era mais fácil,
nunca estava sozinho,
e agora nem imagino como voltar
ao rumo da palma da mão
pois o destino é uma ilusão
em que preferi não acreditar
mas se calhar foi quem me levou
a virar na esquina da vida
porque em frente seria suicida
mas assim nem sei para onde vou
nem tenho certezas para me agarrar
nem mãos sequer para as segurar
encolho os braços
desisto com tantos cansaços
que se apoderaram de mim
e triste pergunto-me assim:
onde vai o meu afoito?
Partiu faz tempo!nem o vi
e agora sou eu quem diz quando sorri:
tenho a vida feita num oito.
Iowa

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