sexta-feira, setembro 02, 2005

Fenómeno

O fenómeno que hoje aqui denuncio é o famoso "monstro do aglomerado populacional".Verifica-se comummente nos tão vastos areais das bonitas praias lusitanas - com incidência principal no oeste - ano após ano, renovado geração após geração como se a sua sobrevivência fosse mantida tal qual um ditado popular ou tradição que veio para ficar e não falha.
É verdade que quem governa afirma que em tempo de crise a nação tem de se unir, mas lembro haver limites! Unir no sentido de convergência de esforços para salvação nacional tudo bem, agora, unir no sentido de ocupar o meu precioso metro quadrado na praia com tanto areal disponível por todo o lado para regozijo das massas, isso é invasão.Nem a desculpa do "calor humano" pega, visto estarmos no Verão e o calor apertar forte e bem.
Então, como explicar a densidade populacional que se regista desconfortavelmente num espaço recorde quando a praia prima de uma imensidão arenosa enorme?Não sei.
Madames balofas seguidas da sua legião familiar em marcha lenta e penosa pelo quente areal, vociferando em tom crescendo à medida que se aproximam do oásis - vulgo aglomerado populacional - inquirindo às suas tropas se trouxeram a traquitana toda.
O genro cor de camarão, dotado de curvas abdominais intensamente proeminentes, faz soar por trás do seu bigode amareladamente farfalhudo - E se ficássemos já aqui?!Ficaram.
Nisto constatei novo facto: Jamais vira exército tão bem organizado.A madame dava ordens, o genro dissertava sobre a maré, a filha da madame espantava-se com a sapiência do conjuge enquanto desembrulhava croquetes e rissóis e os netos e netas enchiam o primo de areia enquanto este - pobre rapaz - montava o chapéu padrão de cortinas de caravana e o pára vento que publicita cafés.Em 5 minutos: Uma autêntica fortificação montada a um metro de mim.Senti-me por momentos às portas do inimigo.E não bastou muito para que pusessem o aglomerado a par da ocorrência familiar, passo a explicar: A tia Arménia era uma vadia;o primo Carlos alugou a casa em Peniche;a Susana ainda estava a falar com o senhorio ( perdoem-me os curiosos por não saber o porquê ) e só vinha à praia à tarde com o Armando e os filhos.Eu aí parei e tomei uma nota pessoal: Vêm aí reforços!
Desesperado, já não sabia que fazer, e como a hora já se alongava, abalei, com muita pena minha.Ou não.
Enfim, é um fenómeno que não compreendo mas com o qual lido todos os anos.Sempre me disseram que com o tempo a gente habitua-se, mas a verdade é que está a custar.

1 comentário:

Anónimo disse...

lol! fizeste-me rir! agora imagina que moravas ao lado da praia, la tinhas crescido e todos os veroes a vias ser invadida por essas...pessoas. tambem ainda nao me habituei e espero nunca o vir a fazer porque acho que no dia em que o fizer provavelmente vou ser igual a eles! cruzes