Meia palavra basta.

Só agora reparei num estranho facto: não percebes. De jeito nenhum, maneira alguma, não percebes simplesmente.E é triste porque já te tentei dizer, não é fácil, e eu sei que queres. Queres perceber, eu sei, mas não é defeito é feitio meu. Não consigo melhor que isto, e olha que já era obrigação tua ter percebido, mas não faz mal. Odeio reciprocidade e retribuição e na verdade sabes bem que nunca te pedi nada.Nada de nada, mesmo.Também não posso dizer que te tenha dado coisa alguma, mas os meus critérios são outros que não os teus e prefiro não entrar por aí. Já reparei que não aprecias muito o silêncio nem a solidão, mas parece que qualquer outra forma minha de expressão não basta.E já cansa!Não? O que é demais é doença;na verdade, não peço a tua persistência pois é na ausência que descobrimos a saudade e que avivamos a memória dos feitos de outrora. E não estava tudo tão bem ? porque não está agora ? Só tu tens a resposta. Tenta falar comigo, como nunca o fizeste. Só tu tens a chave.