I.
A criação poética, tal qual a prosa intimista, embora bela, encobre uma triste realidade. Quem escreve não vive o que escreve pois enquanto escreve não vive, escreve. Do mesmo modo, enquanto vive, não escreve. De felicidades mil, que testemunha quem lê, quantas não são mais que melodia literária e pouco mais? De tristezas eternas nas letras, quantas não são mais que momentos perdidos no tempo de infelicidade passageira que nos consomem intemporalmente no relato de quem sentiu – pretérito perfeito, e mesmo que se transforme em presente nunca será como no momento sentido - só pelo simples facto de que as palavras são diamantes, para sempre. Quem escreve, não vive, escreve, e enquanto escreve não vive o que escreve sentir. Não só escreve como mente, porque diz viver o que viveu, no presente eterno da palavra como um testemunho de si próprio que dura quanto o tempo dura. Quem escreve peca por dois. Mente no que escreve e vive do que mente. Não vive então, pois o que escreve é ilusão e o que vive também o é.
II.
O que eu leio é aquilo que quero ler. Não leio o que foi escrito, leio o que sou capaz de ler. Cada palavra é o simbolo que guardo à priori da leitura, em mim.
Não desvendo o que foi escrito, interpreto o que leio.
Sou o negar do escritor.
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4 comentários:
Não era chuva, era a voz da professora do charlie brown!! desculpa
Aí 'tá!
Abraço
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