domingo, abril 22, 2007

Porquê insistir esquecer e não abusar de uma liberdade arrancada a ferros aos deuses, sentir e comunicar, "ser a novidade constante" de verdade.

Somos estupidamente repetitivos,
são sempre as mesmas frases.
Que as palavras o sejam não estranho
pois são as que são
e não as peço novas constantemente,
peço antes a revolução semântica
o rejeitar sintático.
Revolta-me o sempre igual
nunca diferente.
Que intensa repulsa,
infinto nojo,
da monótona cuspidela diária,
o escarrar sentidos e sentimentos
mecanicamente
sentir após sentir por sentir
quase por favor,
informar - não comunicar! -
com uma vontade cansada
e um tédio no partilhar
sem a noção da sorte que é fazê-lo,
o privilégio que é pudê-lo
e quão simples é sabê-lo.
Ridículo é que antes de nós
surdos, mudos e oprimidos,
poços sem fundo de sensações impossíveis de exprimir,
hão-de conseguir fazê-lo
bravos guerreiros da palavra,
antes que saibamos sequer que para nós
mais que abrir a boca
falta abrir a alma
liberdade liberdade!
Primeiro dentro de nós.

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