domingo, fevereiro 19, 2006

Vinha eu a pensar, parei

e respirei fundo.

Mais uma vez o tempo avançou.
Simplesmente indiferente ao momento, como até hoje fizera, de forma passageira
( o tempo é passageiro para sempre )
criou passados e cumpriu futuros naquele presente.
O tempo é mágico, tal como eu julgava ser.
Alquimista.
Sonhava eu transformar momentos perdidos no tempo em achados eternos do presente, quando afinal o tempo me mostra agora que os momentos de outrora e de amanhã não são mais que pequenas mentiras que sussuramos carinhosamente uns aos outros num presente que parece eterno sobre um passado que pensamos lembrar e um futuro que juramos conhecer.
Os nuncas e os sempres diluidos nos momentos, nos presentes que experienciamos, revelam-se tudos e nadas aos quais sorrimos, depois, embaraçosamente como quem diz
eu avisei-te.

Mas é tão bom conspirar contra o tempo, profetizando momentos, vivendo-os e recordando-os como se de agoras se tratassem, dando-lhes vida eterna embora em vão pois chegada a derradeira altura não é ele que pára para nós, mas nós que paramos, de vez, para ele.

Lógico.
O tempo não pára,
senão não seria o tempo.

2 comentários:

Anónimo disse...

"o tempo é um momento para nunca mais"

Anónimo disse...

o tempo é injusto