Observar a evolução do vizinho Ibérico, num contexto de inserção Europeia, é deveras frustrante... tendo em conta que hoje em dia, a única competição em que ainda lhes fazemos frente é o futebol (ao menos isso!). O erro do Português, ao falar em "crise", é que não sabe o que é, realmente, a crise. Crise é não ter pão para comer e água para beber. Só isto. É aqui que deve recair a nossa consciência. Felizmente, para todos nós,
o país expende abundância, se considerarmos esta relação. Então o que é que nos falta? Qual é o factor que nos torna uma cauda cada vez mais dispensável da União Europeia?
De onde vem todo este pessimismo nacionalista que se vive hoje em dia?
Vejamos exemplos como os países do Leste que sobrevivem com salários miseráveis e, ainda assim, apresentam um índice de produtividade sustentável, no que concerne ao território nacional. Irlanda, que outrora havia sido a ovelha negra da UE, apresenta neste momento uma taxa de crescimento médio de cerca de 8% ao ano. Já para não referir uma atemorizante lista de países que se posicionam bem à frente do nosso nariz no que toca a este assunto. No caso lusitano, intelectuais apontam o dedo para uma geração adulta que “asfixia”, no verdadeiro sentido da palavra, o ingresso juvenil no mercado de trabalho, que posteriormente irá resultar numa vaga a preencher, ocupada na perfeição (e passo a expressão) pelos “nuestros hermanos” ou qualquer outro estrangeiro que tenha a “coragem” de cá ficar. Ao nível da economia fala-se duma tentativa quase constante de lucro a curto prazo, um vício típico do português, que se reflecte directamente no campo dos investimentos, que quanto a mim pura e simplesmente não existe em Portugal; um Estado mais magro e menos intervencionista que consome através dos excessivos impostos os recursos que os privados necessitam para investir e criar riqueza no nosso País. Uma indigência extrema de criar “gravatas” que acabam por resultar num desnivelamento ainda maior, no que toca à distribuição da riqueza portuguesa, e que parecem nunca parar de “apertar”. E depois é clamoroso ver um país nesta situação, responder com tentativas desesperadas de recuperação a nível anímico, bradando a tudo e todos ter construído a maior ponte ou a maior árvore de natal a nível europeu.
A resposta natural de um português seria a de revolta, descontentamento geral com a bola de neve que se gera, mas teremos nós essa legitimidade quando a taxa de abstenção no nosso país é maior nas eleições presidenciais do que na merda do big brother? Sim… assusta, pois faz-nos pensar que a culpa parte um pouco de cada um de nós, cada um à sua maneira. Será que nos estamos a tornar num país de “saloios”, um país que passou de patrão e senhor de um império a mais um país meramente … simpático? Como terá ocorrido esta transformação, quase repentina, de um povo que irrefutavelmente marcou a História do Mundo, sempre destacados pela sua bravura, pela sua perspicácia, pela destemida investida contra o inexplicável, o impenetrável e o ininteligível!
E num dia em que “Vasco da Gama” parte mais uma vez, é fundamental pôr a mão na consciência e começar a perceber o porquê da situação que se vive na nossa amada Pátria, já não existe renovação apenas pensos rápidos e nenhuma ponte deve ser alicerçada em areia movediça…
3 comentários:
Foi sem duvida o melhor post que já li aqui mas é preciso ver que a abstenção tambem revela uma má campanha dos candidatos que gerou uma fraca mobilização e que nao conseguiu convencer os portugueses de que realmente um daqueles homens pode melhorar o nosso país.
A razão para o País piorar de ano para ano é simples,os portugueses são uns vendidos e não têm orgulho nacional,só têm orgulho em ser portugueses quando dizem- o mourinho é o maior lá em inglaterra
mete nojo quando vejo pessoas a dizerem-pisa a bandeira e barbaridades do género.. é preciso acabar com isto, portugal precisa-se reerguer e voltar novamente a ser a Nação Valente e Imortal!
...para além de muito, muito mais...crise é falar dela serm saber do que se fala nam porquê exactamente.
...é uma fuga fácil às dificuldades e problemas mais naturais e alguma desmotivação momentanea.
Viva Portugal!
Viva a Europa!
é o que eu posso dizer
Viva o di canio e a nossa bandeira
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