Quando aqui cheguei vinha cheio de falsas intenções de escrever como se não houvesse amanhã, abrir completamente o meu subconsciente mais que consciente e dizer um churrilho de barbaridades pegadas uma atrás da outra como fiz nas linhas que antecedem o que agora escrevo, mas com conteúdo que enchesse um copo.A verdade é que, por vezes, tal não se torna possível pela falta de conteúdo, e aí meus caros, não há então copo que o valha.Mas pior, para mim é pior, tristemente tudo me falta. E nem tenho copo para o pouco conteúdo que me propunha descodificar.Nada mais simples, deixarei então transbordar.
Eu nunca soube ler sinais. Sinais? Conheço os de trânsito, dos outros nunca outrora ouvira falar, mas agora sim, agora percebo que existem e se não os souber ler, a contra ordenação é bem mais grave.Nunca soube interpretar a vida à luz da dica, pensava que bastava a razão,"o que é, é, e não pode deixar de ser". Nunca soube quando o não é um valente sim, e o sim é um grave não. Não tenho jeito, nem nunca tive, para perceber as deixas, o entrar e o sair de cena não porque é do conhecimento geral que tal é propositado mas porque os sinais assim o entendem.Percebo os simbolos, não os sinais.E não, não estou confuso nem baralhado nem todas essas noções de facilitismo pensativo.Estou antes à espera que chegue a hora de jantar e como esta tarda, resolvi juntar palavras, várias a várias, até que a fome me impedisse de continuar, mas estupidamente não há fome mais insaciável que a fome de pensar, e para matá-la nada como escrever, no entanto, a outra aperta e concluo então que estou bem preso a este mundo por um nó no estômago e outro na cabeça. Ao menos assim não caio.