quarta-feira, junho 08, 2005

Dissertação

Tanto na vermilion como na vermilion pt.2 Corey Taylor considerou amar de duas formas distintas, de forma romântica e de forma perversa.É algo que considero no minimo interessante, jamais me lembrara de fazer tal distinção pois no quotidiano oiço falar de um só amor.O amor.A verdade é que não sei bem o que é mas reconheço que na minha ingenuidade vou emitindo respostas instintivas a manifestações de afecto,de carinho ou mesmo de desprezo ou desdenho...mas não sei a que ponto isso é amor.
Hoje apetece-me divagar.
Vou tentar explicar o tão complexo amor recorrendo a dois, ou mesmo três modos de ver a vida diferentes.Não sei até que ponto os saberei interpretar,até pode ser o maior disparate de sempre...mas apetece-me.
Pelo que percebi da distinção do Corey Taylor, de modo muito superficial, consideremos o amor romântico e o amor perverso.Em toda a vermilion pt.2 temos a eterna descrição da mulher anjo,o vigoroso alimento da alma,o insipido pensamento da feminidade platónica.Até que ponto existe o amor platónico ?!Como é que um homem racional como Platão chegou ao ponto de separar o mundo em inteligivel e sensível, e pior que tudo, colocar o amor no mundo inteligivel?É desde logo algo que considero irracional.Como é possivel um homem ao serviço da razão cometer tal falha?E o ênfase não seja lido no "ao serviço da razão" mas sim no "homem", homem de humano e não de macho.Humano que por mais intelecto que desenvolva nunca abandonará a sua condição sensível, o seu estado animal movido pela libido, o desejo e o anseio a que Freud se referia como uma"energia aproveitável para os instintos da vida".Desde quando é que aquilo que idealizamos é instintivo?A prima donna platónica,casta no pensamento, casta naquilo que Platão considera de mais porco no corpo não é decerto instintiva pois o instinto não remonta áquilo que outrora experimentei?que senti?e que retive no sub consciente?Então eu idealizo o real ou ideal?
Será que de tanto idealizar,de tanta fé numa Deusa do imaginário, Platão não acabou por a colocar na posição de mito, de mais que inteligivel, inatingivel?
Nas fortes palavras de Nietzsche "Fé significa não querer saber o que é a verdade."Desloquemos um pouco a verdadeira mensagem destas palavras do seu teor religioso e consideremos qualquer fé, voltemos à Fé no inteligivel, no ideal, e por fim na mulher anjo.Nada do que idealizo é verdade, logo, a fé platónica é mera ficção, o que arrasta consigo a Deusa que Platão imaginara.Então, se esse amor platónico não é real, se não existe mulher anjo,o que é que realmente existe?Existe o desejo na nossa mente por aquilo que é mundano, por aquilo que não idealizo mas que sinto.Aquilo que me tenta, e a que Corey Taylor chama na vermilion de perversão.Mas até que ponto será perversão?não será perversão só na nossa cabeça?A verdade é que nós somos o nosso maior inimigo, tudo o pensamos, sentimos remorsos de o fazer na ilusão de que o pensamento alheio é inteligivel mas a verdade é que vivemos o amor como a infelicidade contaminada com a ideia de pecado,como um perigo, como uma tentação imoral,um desarranjo fisiológico causado pelo veneno do remorso.Isto parece retirado de um manual do niilismo mas é realmente aquilo que me ocorreu, e que considero mais correcto.E mais,Platão idealizando a Deusa pura, talvez procurasse a castidade originária e fixou-se demasiado nela, olhou para trás,até que finalmente também acreditou para trás.

Desde o amor platónico de Platão,ao niilismo de Nietzsche e a um pouco de Freud, apeteceu-me pegar por todos os lados.
A verdade é que cada dia que passa gosto mais de aprender, pegar naquilo que outros pensaram e aplicá-lo da maneira que acho correcta, leia-se "pensar por mim".
E o que é que aprendi hoje desta dissertação sobre o amor?O que há de subliminar nestas sábias palavras de hoje?
Rigorosamente nada.

Apenas uma tarde bem passada.

3 comentários:

Anónimo disse...

normalmente tenho resposta para tudo, nem que seja dizer só "concordo/nao concordo porque sim/nao" mas é raro quando fico mesmo calada. conseguiste. fizeste.me pensar a partir da terceira ou quarta palavra até á ultima para ao acabar nao ter conseguido tirar nenhuma conclusao ou acabar com as dúvidas. passaste uma boa tarde, eu passei uns bons 10 minutos a ler isto. obrigada.

Anónimo disse...

O amor existe. Há amor e há desejo. muitas vezes o que acontece é conciliar as duas. No meio está a virtude. Podemos ter prazer no amor. Iowa só te digo: kiss kiss *o**y´s lips. Tu percebes. Força nisso. Vais ver que há amor

Iowa disse...

Temos conselheiro sentimental...lol
Agora fora de brincadeiras: O que é que era suposto aparecer em vez dos *s? ...Tens de dar mais dicas!é que eu não sei.Ok, sei.