Sinto o latejar constante do aço
a faísca incandescente que salpica
a coluna de gás, nuvem negra
o ácido nas cores e nas paisagens
os sons monótonos e ensurdecedores
cinzentos escuro carregado
as turbinas hipnóticas
as combustões massivas
a ferrugem nas tubagens e ossos
a canalização, labirinto de ferro
os metais em constante fusão
a máquina a operar
maior que o homem
melhor que o homem
em função do homem
o operário sem expressão
metalizado, mecânico, cansado
êmbolo fundamental da fábrica
a trabalhar até à exaustão.
Sinto-os um só
homem máquina.
No fundo,
a fuselagem que os cobre
tornando-os simbióticos
é o colosso industrial
em mim, em nós
como um garrote que nos sufoca
até explodir a energia primordial
e a roda dentada da vida fluir
mecanicamente
contra o exagerar da necessidade.
8
Iowa